terça-feira, 22 de novembro de 2005

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Acorde Agora

Esfriei tanto que sinto-me gélida. Me acalmei tanto que entreguei-me a letargia. Aceitei tanto que me acomodei. Ouvi tanto, que me arrancaram as orelhas e me furaram os ouvidos. Abri tanto meus olhos que pareço tê-los cegado. Tentei aprender e agora todas as minhas frases se repetem mecânicamente. Me busquei em tanta coisa que não sei onde estou. A cada dia a apatia me acorda de meus sonhos cinzentos e a esperança me fere com seus espinhos. Caminho perdida por multidões de pernas ágeis, por muros de olhos curiosos e incansáveis, que me violam e despem-me de minhas alegrias e perspectivas, minhas dádivas. Caminho sem rumo, sem enxergar, com os cabelos desgrenhados e as roupas rasgadas pelos ventos incessantes da banalidade. O mundo, a vida, são uma roda que gira impiedosa em todas as direções, devorando nossos segundos e minutos, confundindo nossos sentidos. Não sei se estou acordada.
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