segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Flutígeno

Da água salgada que pinga
Da língua o pingo na ponta
Me vejo a flutuar em jarros transparentes
Etiquetada, rotulada à gostos e categorizações

Algumas vezes começo a achar que é tarde
para iniciar parágrafos
grafar curvas, sinais, sentimentos
E ficam somente gotas azedo-imão

Pairando no ar, esvoaçando
Revolvendo ao sabor do vento
Como águas-vivas dançam ao sabor dos mares
E caprichos maiores que desconheço

E todas as texturas que
as pontas de meus dedos podem tocar
Não me bastam para satisfazer a ânsia
Que vira do avesso meus paladares

Ao passear pelas sinapses
De possibilidades ainda porvindouras
Aqui dentro, da minha cabeça
Não posso evitar salivar

É que sinto que poderia devorar
Universos, poesias, equações, cores, sons,
Olfatos, tatos, paladares, visões
Mas devo aprender a provar, apenas.
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