Da água salgada que pinga
Da língua o pingo na ponta
Me vejo a flutuar em jarros transparentes
Etiquetada, rotulada à gostos e categorizações
Algumas vezes começo a achar que é tarde
para iniciar parágrafos
grafar curvas, sinais, sentimentos
E ficam somente gotas azedo-imão
Pairando no ar, esvoaçando
Revolvendo ao sabor do vento
Como águas-vivas dançam ao sabor dos mares
E caprichos maiores que desconheço
E todas as texturas que
as pontas de meus dedos podem tocar
Não me bastam para satisfazer a ânsia
Que vira do avesso meus paladares
Ao passear pelas sinapses
De possibilidades ainda porvindouras
Aqui dentro, da minha cabeça
Não posso evitar salivar
É que sinto que poderia devorar
Universos, poesias, equações, cores, sons,
Olfatos, tatos, paladares, visões
Mas devo aprender a provar, apenas.
4 comentários:
Deus! Vc é sensacional!!!! =)
E há o que tenha sido feito para ser devorado, provado ou saboreado, não?
Beijos, lindona!
Êêêê!!! Obrigada pela visita!!!
Sim, há coisas para serem devoradas, outras provadas, outras saboreadas. Mas não acho que se pode devorar tudo, isso é algo a ser aprendido. Hehehehe!
Beijão, gata!
Senti nos pés o pulsar da ilha
Um farol avisa o longe do perto
A lava encoberta na costa dormente
Sete rumos e apenas um certo
Neste Mar senti a vontade de prantear
A nudez da noite no encontro do silêncio total
Encobriu meu pranto das estrelas
Uma zombeteira Lua marcou no dia o encontro final
Mágico beijo
Os cossacos prendiam as rédeas de seus cavalos entre os próprios dentes, para que as mãos ficassem livres ao saque, quando invadiam aldeias e povoados. A diferença é que aquelas rédeas não doíam, muito menos sangravam.
Aí há a ânsia do vôo abandonado e, ao mesmo tempo, Ophelia em seu jardim final. Rédeas, pois, à Primavera!
Belíssima escrita, moça.
Beijo.
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