Quando era criança e não sabia o que era uma lâmina de barbear, encontrei uma do meu avô, por acaso, e fiquei fascinada. Passei os dedos pequeninos naquele lindo tesouro e logo descobri que coisas belas podem ser perigosas, que as aparências enganam e principalmente que sou imprudente demais.
Sempre fui assim e acabo por me machucar, acabo por machucar os outros. Acabo por estragar tudo.
Rasgo as cortinas, derrubo os vasos e os estatelo. Derramo o vinho nos tapetes e mancho as belas estampas.
Então perco, perco as coisas de valor, tentando achar meu valor próprio.
E algumas vezes acaba sendo tarde demais, ninguém tolera a precipitação.
Tantas vezes giro os ponteiros na direção contrária.
Sinto-me cansada de envergonhar-me por pisar em falso.
Vivo misturando as cores sem saber o tom que vai dar.
Faço a lição ao avesso, assopro e derrubo o castelo de cartas.
Sou assim.
Forço, empurro, puxo e quebro as coisas mais bonitas.
Perco a beleza, a minha e a vossa, pois a leviandade é irmã da indiferença.
Bato as portas com força demais, não consigo ter a noção da intensidade das coisas, flutuo sem ter onde me segurar. Como Delírio.
Falei alto quando deveria ter silenciado, desafinei e saí de todos os tons.
Apaguei as estrelas do céu e fiquei no escuro sem sua companhia amiga.
Não sei medir conseqüências. Por isso fico no escuro.
E mesmo que eu pense em chamar as estrelas, elas não volveriam seus brilhos para a inconstância de uma criança delirante.
Então eu fico no escuro para aprender, aprender a não machucar, a ser cautelosa, a ouvir.
Fico no escuro, até o dia nascer e o Sol chegar.
Sempre fui assim e acabo por me machucar, acabo por machucar os outros. Acabo por estragar tudo.
Rasgo as cortinas, derrubo os vasos e os estatelo. Derramo o vinho nos tapetes e mancho as belas estampas.
Então perco, perco as coisas de valor, tentando achar meu valor próprio.
E algumas vezes acaba sendo tarde demais, ninguém tolera a precipitação.
Tantas vezes giro os ponteiros na direção contrária.
Sinto-me cansada de envergonhar-me por pisar em falso.
Vivo misturando as cores sem saber o tom que vai dar.
Faço a lição ao avesso, assopro e derrubo o castelo de cartas.
Sou assim.
Forço, empurro, puxo e quebro as coisas mais bonitas.
Perco a beleza, a minha e a vossa, pois a leviandade é irmã da indiferença.
Bato as portas com força demais, não consigo ter a noção da intensidade das coisas, flutuo sem ter onde me segurar. Como Delírio.
Falei alto quando deveria ter silenciado, desafinei e saí de todos os tons.
Apaguei as estrelas do céu e fiquei no escuro sem sua companhia amiga.
Não sei medir conseqüências. Por isso fico no escuro.
E mesmo que eu pense em chamar as estrelas, elas não volveriam seus brilhos para a inconstância de uma criança delirante.
Então eu fico no escuro para aprender, aprender a não machucar, a ser cautelosa, a ouvir.
Fico no escuro, até o dia nascer e o Sol chegar.