Esfriei tanto que sinto-me gélida.
Me acalmei tanto que entreguei-me a letargia.
Aceitei tanto que me acomodei.
Ouvi tanto, que me arrancaram as orelhas e me furaram os ouvidos.
Abri tanto meus olhos que pareço tê-los cegado.
Tentei aprender e agora todas as minhas frases se repetem mecânicamente.
Me busquei em tanta coisa que não sei onde estou.
A cada dia a apatia me acorda de meus sonhos cinzentos e a esperança me fere com seus espinhos.
Caminho perdida por multidões de pernas ágeis, por muros de olhos curiosos e incansáveis, que me violam e despem-me de minhas alegrias e perspectivas, minhas dádivas.
Caminho sem rumo, sem enxergar, com os cabelos desgrenhados e as roupas rasgadas pelos ventos incessantes da banalidade.
O mundo, a vida, são uma roda que gira impiedosa em todas as direções, devorando nossos segundos e minutos, confundindo nossos sentidos.
Não sei se estou acordada.
5 comentários:
O real, e o não real... O que é isso?
O importante é desviarmos da árvore que está na nossa frente...
É estranho..somos agredidos diariamente com informações, pressões, falsas promessas, espectativas frustaradas. Somos anestesiadas e quando conseguimos perceber quem somos, e olhamos o mundo de outra forma, é natural se sentir perdida, desorientada.....MATRIX! (risos) qual foi a cor do comprimido que vc tomou?!? (hahahahahha) beijossss
Cadê novos posts??? Tá lerdo essa merda, hein! heheheheh
adorei!
frequentemente me sinto assim... a banalidade me assusta muito.
isso me lembra clube da luta: sabe que quando eu vi aquele filme eu tive vontade de sangrar pra saber que estava vivo, igual a eles? (não me ache louco, por favor...)
Há tempos não lia algo tão profundo com que me identificasse plenamente... parabens pelas escrituras, pela emoção nas palavras, pela clareza de alma e espírito... pela ânsia de autoconhecimento... difícil hoje, encontrar pessoas assim...
Postar um comentário