quarta-feira, 28 de março de 2012

Scabiosa maritima

Tinha febre
De se atirar ao furacão
Lábios rachados e trêmulos
Os poros insones

Dormir no turbilhão
Acordar cada manhã
Em algum outro lugar
Tinha febre

Nos braços do ciclone
Olhava para cima e via seus pés
Rasgava-lhe a roupa e todos
Os poros insones

Fere, arde
Je suis la et ailleurs
Frio, doce, calor
Mea culpa

De flor se abrir á força
Deitou-se às cinzas
Desflorada, deflorada
Fere, arde

Acre, sibila, escoa, corta
Agoniza, dedos esticados
Intangíveis, tocam-se
Mea culpa

Um comentário:

Rebeca dos Anjos disse...

Febre que arde. Alucinações que encantam.

Fortíssimo este poema, Su!!!

Beijo grande!

Licença Creative Commons
This work by Sueysa de Andrade Pittigliani is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported License.
Based on a work at sukapitt.blogspot.com.