segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Réquiem II


Do ponto em que culminam as turbulências ocasionadas
pelos choques entre as massas negras de nuvens
das tempestades que criamos, que crio, que criei,
onde todos os raios e estampidos luminosos trovejam.

Da lama densa e escura onde revolvem-se os vermes,
a alimentarem-se de restos putrefatos,
onde o oxigênio não adentra,
germinaram botões alvos de perfumada flor.

Foi na leveza de saber da impermanência de todas as coisas,
sejam doces e afáveis, sejam dolorosas e cruciantes,
que desataram-se as duras amarras
e a brisa gentilmente conduziu para além,

brandamente roçou a pele de minha nunca,
purificando de todas as considerações,
manipulações, de todos os despotismos, apegos,
aquietando a mente afligida, na fluidez da exoneração.

As mãos e os braços esticaram-se na direção
de um lugar no qual todas as coisas são livres,
em sua imaculada natureza mutável,
onde todas as cores podem escolher de que cor querem ser.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom Sue, você deveria participar de concursos de poesias e poemas. Com certeza ganharia alguns. Parabéns!

Fabio Rocha disse...

Muito bom! Rebeca me indicou e gostei mt! Bj

Rebeca dos Anjos disse...

Puxa! Cê comentou lá e eu cheguei com esperança de ler aqui...
Bjs, lindona!

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